Principais destaques
Rede de Auto-estradas
- Abertura ao tráfego do lanço Sta. Eulália-EN 335 na A14. (Março)
- Abertura ao tráfego dos lanços Grândola / Aljustrel / Castro Verde, na A2 (Julho).
- Selecção da BRISA para a short list do concurso da nova concessão Lisboa Norte. (Março)
Áreas de Negócio
- Arranque operacional da Via Verde Portugal, empresa criada para gerir autonomamente o sistema Via Verde, desenvolvido pela BRISA. (Fevereiro)
- Acordo de tomada de posição de 17% da Oni por integração dos activos da Brisatel. (Abril)
- Concretização da aquisição de 20% da CCR, empresa que concentra cinco importantes concessões rodoviárias no Brasil. (Junho)
Enquadramento
- Alteração do artº 11 dos Estatutos passando a vigorar a lei geral. (Assembleia Geral 27 Junho)
- Alienação da participação do Estado no capital da empresa correspondente à 4ª e última fase de privatização.(Julho)
- Convocação de Assembleia Geral para o próximo dia 10 de Setembro. Entre os principais pontos constam o aumento de capital de 300 M€ para 600 M€ por incorporação de reservas e o desbloqueamento do limite de votos.
Contas Consolidadas
Conforme anunciado a BRISA apresenta pela primeira vez contas consolidadas. A consolidação exprime com maior clareza a realidade da empresa, nomeadamente novas áreas de negócio em desenvolvimento, que no decorrer do presente exercício tiveram um importante incremento.
Perímetro de Consolidação
Brisa – auto-estradas de Portugal Integral
Via Verde Portugal Integral
Briser – Serviços Viários Integral
Controlauto Integral
Brisa Internacional Integral
Brisa Participações Integral
CCR- Companhia de Concessões Rodoviárias Equivalência
Tendo em vista que a BRISATEL se encontra em processo de integração na ONI, SGPS, a mesma não foi consolidada. Na análise que se segue os valores de 2001 referem-se às contas consolidadas enquanto os valores de 2000 referem-se a contas individuais não incorporando o perímetro acima referido.
Resultados crescem 10%
O resultado líquido consolidado da BRISA, atingiu no final do 1º semestre de 2001 um valor de 98,9 milhões de Euros , o que corresponde a um crescimento de 10% face ao período homólogo do exercício anterior. De salientar que o resultado líquido consolidado do 1º semestre é idêntico ao resultado líquido individual da BRISA para o mesmo período. O resultado operacional (EBITDA) situou-se nos 163,7 milhões de Euros, enquanto o resultado antes da função financeira (EBIT) atingiu os 119,4 milhões de Euros, a que correspondem crescimentos de 15% e 17% respectivamente.
Resultados
O crescimento dos resultados acompanhou o crescimento empresarial da BRISA, na qual se destaca a retoma do crescimento dos proveitos de tráfego. A diferença entre o crescimento do resultado líquido e do resultado antes da função financeira teve por base um maior nível de custos financeiros relacionados com os significativos investimentos na expansão das actividades. As receitas operacionais cresceram 16% tendo atingido um volume de 222 milhões de Euros. De salientar a inclusão no exercício de 2001 da rúbrica Serviços Automóvel, a qual para além de incluir as receitas de assistência a clientes e vendas (0,3M€), inclui igualmente as vendas de empresas associadas, nomeadamente Via Verde Portugal a outras concessionárias (2,4M€), Controlauto (6,0M€) e Briser (0,6M€).
Receitas Operacionais
Na estrutura das receitas os proveitos com portagens representam ainda 86% do volume total das receitas operacionais, tendo atingido no final do 1º semestre um volume de 191,5 M€ correspondendo a um crescimento de 9% face ao período homólogo do ano anterior.
Tráfego Médio Diário
O crescimento das receitas de portagens teve por base a retoma do crescimento do tráfego nos últimos 3 meses do 1º semestre. A circulação total acumulada no final do 1º semestre cresceu 4,4% face ao período homólogo do ano anterior, enquanto o tráfego médio diário (TMD) cresceu 4,9%.
No que diz respeito ao peso relativo na estrutura do tráfego verifica-se que a A1 é responsável por 56% do tráfego da rede sendo logo seguida pela A2 que detém um peso de cerca de 12%. Com a extensão em curso da A2 esta auto-estrada irá ganhar mais peso. Ao nível das classes os automóveis ligeiros(CL1) correspondem a cerca de 75%, no entanto os pesados (CL4) têm vindo a ganhar maior peso representando cerca de 6%.
Custos acompanham evolução da actividade
Os custos operacionais consolidados cresceram no 1º semestre 15% face ao período homólogo do exercício anterior, tendo atingido um volume de 102,7 milhões de Euros. O crescimento dos custos, cujo valor é inferior ao crescimento dos proveitos, teve por base o aumento das despesas com pessoal que foi de 24%. Salienta-se que os valores de 2001 incluem os colaboradores de todo o Grupo Brisa cujo total no final do 1º semestre era de 2 793, enquanto os valores de 2000 não incluem os colaboradores das empresas associadas, pelo que apenas se referem a 2 557 colaboradores. Por outro lado verificou-se um conjunto de factores pontuais que penalizaram esta rubrica nomeadamente, um aumento de 64% das dotações para o fundo de pensões (+0,5 M€ ), a perda de benefícios fiscais ao nível da segurança social que implicou um aumento da taxa social única de 2,75 pontos percentuais bem como o incremento de quadros superiores subjacente ao desenvolvimento de novas áreas de negócio.
Custos Operacionais
O resultado financeiro no 1º semestre foi negativo em 28,9 milhões de Euros, correspondente a uma quebra de 26% face ao período homólogo do ano anterior. Para o resultado financeiro contribuíram as receitas financeiras no valor de 8,2 milhões de Euros e custos financeiros de 37 milhões de Euros. Nesta última componente salienta-se o impacto do Brasil da ordem dos 6,2 milhões de Euros.
Forte volume de investimento
O 1º semestre de 2001 foi marcado por um significativo volume de investimento quer ao nível do desenvolvimento da rede de auto-estradas sob concessão em Portugal, quer no alargamento da base de negócios da BRISA. Neste sentido o investimento total foi de cerca de 500 milhões de Euros enquanto no exercício anterior foi de apenas 85 milhões de Euros.
Investimento
No domínio das auto-estradas merecem particular destaque os investimentos que permitiram a abertura de novos lanços, nomeadamente na A14, lanço Sta. Eulália / EN 335 (+13 Km), e na A2 lanços Grândola / Aljustrel / Castro Verde (+59 Km). Ao nível da internacionalização a BRISA concretizou já no final do 1º semestre de 2001 a aquisição de 20% da empresa brasileira CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias, através das suas participadas Brisa Internacional SGPS e Brisa Participações, esta última uma empresa de direito brasileiro. No sector das telecomunicações a BRISA investiu no desenvolvimento de uma moderna rede de fibra óptica de banda larga ao longo da sua rede de auto-estradas através da sua participada BRISATEL. O seu posicionamento competitivo neste mercado permitiu o estabelecimento de um acordo de tomada de uma participação de 17% na ONI, SGPS, o segundo operador de telecomunicações do mercado português, através da integração dos activos da Brisatel nesta empresa. Será de salientar ainda a tomada de uma posição no capital da EDP, Electricidade de Portugal de cerca de 2%. Com este investimento a BRISA, para além de reforçar o seu posicionamento no tecido empresarial português através de uma participação qualificada no terceiro maior grupo económico nacional, reforça igualmente a parceria estratégica estabelecida para as telecomunicações, permitindo um maior controle dos investimentos da BRISA neste domínio, através de uma participação directa no maior accionista da ONI. De referir ainda, que do ponto de vista financeiro se trata de um investimento numa Utility, de risco equivalente ao da BRISA, e cuja política de dividendos apoia o financiamento da operação.
Estrutura Financeira
Ao nível do Balanço verificou-se um crescimento do Activo em 24,2% cerca de 600 milhões de Euros face a igual período de 2000. O Passivo cresceu cerca de 28,2% devido em parte ao crescimento do endividamento a curto prazo em consequência do alargamento das actividades relacionadas com os novos negócios e ainda devido ao plano de investimentos em curso. A taxa média de juro para o período situou-se nos 5,09%. Os Capitais Próprios aumentaram 12% sendo de destacar o aumento dos resultados, o pagamento de dividendos do exercício anterior e ainda a aquisição de mais 1,8 milhões de acções próprias, na sequência do programa de stock options aprovado para a empresa.
Em termos de indicadores a BRISA apresenta no final do 1º semestre uma estrutura financeira adequada nomeadamente uma rentabilidade dos capitais próprios (ROE) de 14,3% e uma autonomia financeira de 29,3%. Última fase do processo de privatizaçãoNo final do 1º semestre teve início a 4ª e última fase do processo de privatização de BRISA SA através da alienação por parte do Estado de 4,76% do capital detido pela Parpública. A sessão especial de bolsa decorreu no dia 16 de Julho último tendo-se caracterizado por mais um sucesso, tanto mais que a conjuntura em termos do mercado de capitais não era favorável. A procura foi 88 vezes superior à oferta e o preço foi de 9,9€.